PESQUISADOR QUE DESCOBRIU LENDA DO ÚLTIMO CAPITÃO PIRATA DESVENDA ASSASSINATO DE 125 ANOS!
Marcos Juliano Ofenbock
Zulmiro, falavam alguns. Um pirata inglês que morou e morreu em Curitiba. Mas como? Só poderia ser lenda...
Eis então que o pesquisador Marcos Juliano Ofenbock, em sua odisséia para desvendar os mistérios dessa antiga lenda urbana da capital paranaense, chegou ao tal pirata. Ele realmente conseguiu provar que Zulmiro (Francis Hodder), foi o último capitão pirata do mundo. E mais: O maior roubo da história marítima também foi feito por ele e sua trupe.
Em 1821, eclodiu a independência do Peru. Sabendo que isso seria inevitável, a coroa espanhola decidiu levar todo o ouro e as riquezas da Catedral de Lima para a Europa. Porém Zulmiro saqueou o navio e escondeu o valiosíssimo tesouro na Ilha da Trindade. Ilha essa que fica a cerca de 1200 quilômetros da costa brasileira.
O pirata após desembarcar na pequena Curitiba do século XIX, muda o nome para João Francisco Inglez. Vivendo pacatamente.
Porém certo dia, em sua porta bate Edward Young. Inglês como Zulmiro, que de passagem por Curitiba, ao ouvir boatos de um velho britânico que "morava no mato", quis ver se era verdade, se haveria ali um conterrâneo seu.
Os dois acabam por ficar muito amigos. Tempos mais tarde, já no fim da vida, Zulmiro conta seus segredos à Edward, deixando para ele também um roteiro detalhado, sobre a localização do incrível tesouro.
Edward Young
O pirata Zulmiro, faleceu em Curitiba em 1889. Seu amigo, Edward Young, acabou por ser assassinado sete anos mais tarde. Crime esse que nunca foi desvendado e permaneceu sem solução até pouco tempo atrás.
Após revelar ao mundo os passos do último capitão pirata, Marcos Juliano, conseguiu algo extremamente incrível: também resolveu o mistério do assassinato do melhor amigo do pirata Zulmiro.
E quem seria assassino?
O algoz de Edward, seria o português João Vieira Bastos. Famosíssimo trambiqueiro, que no fim do século XIX e início do século XX, vivia aplicando o "golpe do conto do vigário". Sendo preso inúmeras vezes pela polícia. Mas sendo sempre solto pouco depois.
A própria impressa da época soltava muitas matérias nos jornais, alertando a população sobre estes tipos de golpes aplicados nas ruas do Rio de Janeiro.
O "gatuno", José Vieira Bastos
Com uma conversa "fácil" e lábia afiada, Vieira teria se aproximado de Edward para intermediar uma série de cartas que o inglês enviava para um jornal no Rio de Janeiro. Esperando que aparecessem pessoas interessadas em investir na busca pelo tesouro. Porém nessas cartas ele não dava muitos detalhes sobre o roteiro que possuía.
José Vieira, teria entrado a noite na casa de Edward Young, para roubar o roteiro e as informações sobre o tesouro. Mas sendo surpreendido, acabou por atirar e matar o inglês.
As cartas de José Vieira para Edward Young
Marcos Juliano, conta que José Vieira por ser íntimo da família e amigo de Edward, não procurou a viúva nem as autoridades. Na verdade ele acabou por fugir. Os documentos da polícia da época mencionam 18 contos de réis. Um bom dinheiro, eles suspeitavam ser esse o motivo do assassinato. Mas não mencionavam nada sobre o tesouro. Pois a polícia não tinha conhecimento disso.
Foram graças às cartas enviadas por Vieira a Edward que Marcos Juliano conseguiu revelar o mistério. Com um excepcional trabalho de transcrição de todo este material, Ofenbock foi esmiuçando o caso até chegar ao assassino. Sem essas cartas seria impossivel trazer luz a este mistério, afirma o pesquisador autodidata.
A notícia sobre a morte de Edward Young, 1896
Além de provar que o último capitão pirata do mundo, escondeu um tesouro no Brasil, viveu em morreu em Curitiba, agora Marcos Juliano Ofenbock devenda mais este enigma que já perdurava há mais de 125 anos. Ele fala também que se na época a polícia soubesse do tesouro, com certeza José Vieria teria sido preso, e o caso resolvido rapidamente.
Mas e quanto ao "Tesouro de Zulmiro"?
O dedicado pesquisador acredita (assim como este que vos escreve) que ele continua lá, esperando para ser descoberto. Com a tecnologia moderna, como detectores de metais, drones, scanners e escavadeiras, em breve ele será localizado. Porém, conta ele, que décadas atrás, sendo a Ilha da Trindade uma ilha vulcânica, um desmoronamento de terra caiu sobre o local do tesouro.
Marcos Juliano Ofenbock inclusive escreveu o excelente livro "A Verdadeira Ilha do Tesouro: As Crônicas do Pirata Zulmiro", que narra de forma fantástica a saga do Pirata até os nossos dias. Baseado em fatos reais.
Livro este que conta com uma resenha aqui no Blog: A Verdadeira Ilha do Tesouro: As Crônicas do Pirata Zulmiro
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